quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Capítulo 4 - O caminho




Seis horas e dezenove minutos, o telefone toca.
- Alô?
- Vamos?
- Sim, sim. Onde você está?
- Aqui embaixo.
- Estou descendo.
Quando saí do prédio, lá estava ele, me esperando ao lado da porta do carona. Me controlei, mas por dentro gritava: "Seu lindo!". De calça social preta e camisa de botão verde, com mangas longas dobradas, ele estava um "homão".
Ao me aproximar, ele abriu a porta pra mim. Entrei. Ele fechou e deu a volta. Coloquei o cinto. Quando ele sentou ao meu lado, dentro do carro, foi que percebi os detalhes da camisa: risca de giz bege, no tecido de boa qualidade verde. De muito bom gosto.
- O jantar vai ser numa casa de muro de pedras alto e portões cinza? - perguntou ele, saindo com o carro.
- Isso! ... Mas... como você sabe?
- Google Maps. - respondeu, rindo.
- Oh, claro.
- Você está muito bonita.
- Obrigada! Você também.
- Obrigado. Mamãe me disse isso quando saí.
Eu ri.
- Você mora com sua mãe? - Resolvi  focar na conversa pra aliviar a tensão da festa.
- Sim. E mais um pai e uma irmã caçula. E você?
- Moro com meus pais. Tenho mais dois irmãos, mas não moram com a gente.
- Rebeldes? - ele perguntou brincando.
- Casados. Meu irmão mora em Roma e minha irmã no Canadá.
- Que bacana. É bom que tem lugar pra ir nas férias.
- Oh, sim! Já fui à Roma 1 vez, e 2 vezes no Canadá. A sua irmã tem quantos anos?
- 19. E agora resolveu namorar.
- Como assim "resolveu namorar"? Deixa ela curtir.
- Deixaria, mas acho o carinha lá muito esperto pra meu gosto.
- Ciumento!
- Chegamos!
Quando olhei a casa, meu coração gelou.
Enquanto ele estacionava, tentava equilibrar minha mente para as próximas horas. Ele saiu do carro e abriu a porta para mim.
- Dá-me seu braço.
Coloquei meu braço no dele e assim caminhamos até a entrada. Aquele gesto me fez bem: não me comprometeria e nem me sentiria sozinha.

Volteeeei!