quinta-feira, 3 de abril de 2014

Tempo

Tenho muita sorte de ter passado em tantos lugares. Crescer andarilho me permitiu crescer um pouquinho antes do tempo. Cada lugar que morei, cada pessoa que conheci me fez entender que a vida é de muitas possibilidades.

Apesar disso, eu acreditei que algo me foi confiado. Uma missão? Um chamado? Não sei. Podem chamar do que quiser. Mas a certeza eu tenho, que é para mim. Dentro de tantas alternativas, algo mais forte me faz escolher uma opção que leva à outra melhor. Perguntas vão sendo respondidas,  pessoas levam às outras, estradas conduzem à lugares imagináveis, fazendo tudo ter sentido.

Nessa minha busca, às vezes, me pego em dúvidas, se minha escolha levará ao melhor caminho. Por isso, eu oro para Deus me orientar. Por isso,  eu demoro a tomar alfumas decisões. Nem tudo na vida tem como voltar para ser consertado. Nem sempre a vida te dá tempo para isso. E o melhor é dar um tempo. Tempo para conhecer, tempo para defender, tempo para acreditar e, então, escolher. Meu tempo dura de segundos à meses. E o que for meu vai saber esperar.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A minha música

Quando o sinal tocou, saí da minha mesa e caminhei até a sala. A próxima aula era de Geografia. Passei, lentamente, pelo furdunço que era o final do recreio, tomando meus últimos goles do suco de goiaba. Fui ao banheiro lavar as mãos - mania! - e lavar a boca. Aproveitei para retocar o batom também.  Aquele não era um dia fácil para mim, mas não seria por isso que deixaria minha aparência de lado.  Quem sabe o exterior melhorasse o interior.
Ao chegar na sala, bateu um alívio: o professor estava mais lento que eu, nem havia chegado.  Entrei, sentei e peguei meu material. Podia sentir o modo piloto automático - fazendo sempre as mesmas coisas, sem perceber se estava certo. Ainda bem que estava! Professor Garcia entra na sala, já se desculpando pelo atraso. Meus pensamentos,  neste momento,  se aquietaram. Conseguia me concentrar na aula, mas, a cada descanso, as lembranças vinham à tona. Saber que ele estava namorando me deu um nó na garganta. "Droga! Maldito Facebook!" - eu pensava, respondendo aos meus pensamentos.
O professor já tinha começado a aula e eu continuava de cabeça baixa, "escrevendo a aula". Dessa vez, não conseguia me controlar e já não estava ali. Escrevia aquela música "fundo do poço". Masoquismo. De repente, minha música continha novas rimas. A melodia estava em minha mente, e a letra era cantada pela caneta que escrevia sem parar. A história se encaixava comigo. Agora tinha viraso a minha história.
Ficou tão bonita!  Fiquei surpresa! Na volta para casa, vim cantando a minha música.  Baixinho, claro. E foi como se eu tivesse dividido toda aquela carga. Postei uma atualização na rede com ela. Muitas outras pessoas se identidicaram.
Não sou de compartilhar minhas coisas, mas sempre que quero "exorcizar" meus pensamentos,  faço uma música. A minha música.

Volteeeei!