Com os dias tumultuados, a gente acaba bagunçando nosso habitat natural (leia-se quarto). Pelo menos, é assim comigo. E agora que minha listinha de tarefas está diminuindo, posso ir arrumando uma coisinha daqui, uma coisinha dalí.
Toda a vez que arrumo meu quarto, sinto como se estivesse arrumando minha mente também. Já ouvi algo a respeito, mas não lembro onde nem quem disse. Só sei que comigo funciona. rs' Nessa arrumação por partes, tenho jogado muita coisa fora. Muitos papéis velhos, que um dia considerei importantes, e hoje não são mais.
Arrumando "as partes" da minha vida, tenho jogado fora sentimentos, ideias, planos que queria realizar. O velho tem que sair para o novo entrar. É preciso abrir mão para prosseguir. Devemos levar em nossa caminhada apenas o que nos é essencial para o agora. Muita bagagem torna a trajetória mais pesada e difícil.
É muito fácil arrumar superficialmente. Aquela visita vai chegar, então enfiamos os excessos nos armários e gavetas. Aparentemente, tudo arrumado. Mas quando abrimos, o lixo continua lá, só não mais aparente. Geralmente, fazemos isso. Deixamos toda nossa bagunça e sujeira em casa. Escondemos por trás de um sorriso, uma maquiagem, uma roupa nova, uma linguagem decorada, uma atitude falsa. Quando voltamos para casa, quando lavamos a cara, está tudo lá. Vem à luz a nossa "feiúra".
Não devemos nos esconder. Se o nosso verdadeiro "eu" está feio demais, ele não precisa ser mascarado, mas sim tratado, lavado, restaurado. A verdadeira arrumação é aquela em que tudo que não presta é deixado para trás. Sem dó, nem arrependimento. Aí, então, tudo se faz novo.
