segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Feridas

Hoje saiu a última casquinha da minha ferida no cotovelo. Posso olhar a marca que ficou. 
Lembro-me como eu fiz esse machucado. 
Lembro-me quanto sangrou.
Lembro-me o quanto ardeu.
Lembro-me o quanto doeu.
Do mesmo jeito são as feridas da nossa alma. Machucam demais. Ardem demais. Doem demais. Mas tratando da forma correta também vai cicatrizando.
Como o corpo, as feridas começam a cicatrizar de dentro para fora. O organismo faz uma "casquinha" externa enquanto acontece a cura interna. Um sorriso e "está tudo bem" são as casquinhas externas enquanto a alma está sendo trabalhada. Às vezes, a gente pensa que já sarou, até bater no lugar e voltar a sangrar. Às vezes, a gente acredita que está tudo bem até ler, ver ou ouvir algo é o "dedo na ferida". Mas o processo de cicatrização continua. De dentro para fora. O perdão na alma é como o merthiolate na pele. E o tempo para todas as circunstâncias. Até que a última casquinha sai. Por dentro, está restaurado. E por fora, a pele vai se renovando, a alma vai sorrindo com sinceridade e olhando com amor.
A marca está lá, a gente não esquece como foi. Só não dói mais.

Autor: Julianne Luiza

Nenhum comentário:

Volteeeei!