quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 2 - Doce água




- Obrigada! – eu disse ao garçom que acabara de me servir um côco geladinho.
- O meu  docinho e o seu? – disse o moreno puxando assunto.

Provei  e fiz que ‘sim’ com a cabeça.

- Então, Amanda, você mora aqui perto?
- Não. Costumo estacionar ali e caminhar por aqui. O mar me faz bem.
- Nem posso ser cavalheiro e te oferecer uma carona. Você frustrou meus planos – disse ele, fingindo decepção.
- Desculpa! – respondi, rindo.
- Mas o côco é por minha conta, ok?!
- Ok! Faça a sua boa ação do dia – respondi, olhando o relógio.
- Rodrigo, preciso ir agora.
- Já?
- Já! Tenho um jantar às 18:30hs e preciso me arrumar.
- É impressão minha ou você não está muito afim de ir?
- Nossa?! Está tão na cara assim?
- Sou observador!
- Percebi!
- Mas o que tem de tão ruim assim? A comida não vai ser de graça? - tentando fazer humor pra disfarçar a curiosidade.
- Antes fosse! – suspirei.
- O negócio realmente é sério! Se não quiser falar a respeito...
- Não, não, tudo bem! Hoje é um jantar de noivado.
- Não me diga que você é a noiva?!
- Não! Minha cunhada. Na verdade, ex-cunhada.
- Hm!
- Eu ia ser testemunha do seu casamento, juntamente com o irmão dela, meu ex-namorado.
- Vocês terminaram há muito tempo?
- Meses.
- E você ainda gosta dele?
- Não. Ele me trocou por outra, tipo, na frente de todo mundo. Eu fiquei por ‘coitadinha’ na visão dos nossos amigos em comum. Estou tentando evitar eles, mas dessa vez não vai ter jeito.
- Por isso, você veio caminhar?
- Sim. Gosto de ver o mar antes de tomar decisões ou passar situações difíceis.
- Entendo. Por isso, comecei a surfar. O mar me liberta.
- Verdade.
- Bem, não quero te atrasar. Gostaria de te convidar pra sair comigo hoje, mas já que não dá pra você... Quem sabe outro dia.
- Ok. Irei sim.

Trocamos os números de telefone. Despedimos-nos e parti sozinha em direção ao meu carro. Ele ficou me olhando de lá da barraca.
Saí com o carro e quando parei no sinal, resolvi ligar pra ele.

- Amanda?
- Oi, Rodrigo!
O sinal abriu e coloquei no viva-voz.
- É... Então, o que você vai fazer hoje à noite?
- Não tenho nenhum compromisso. Acho que vou pegar um cinema.
- Gostaria de jantar comigo?
- Oi? Você desistiu de ir?
- Não, mas gostaria que você fosse comigo. Pode ser?
- Já é!

Passei meu endereço e combinamos um horário para ele me pegar na porta do meu prédio.

- Você pode deixar o carro no meu prédio e ir comigo.
- Vamos no meu carro!
- Você entra com o jantar e eu com a gasolina! – ele disse, rindo – Até já!
- Até.

Depois que desliguei, que eu me dei conta do que tinha feito. Agora era ver no que ia dar.

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