- Nossa, como a hora voou! - comentei.
- Algum problema? - Rodrigo perguntou.
- Não, não. Deixa eu só avisar à minha mãe que está tudo bem.
- Aquela mesa estã bom para você? - perguntou ele, olhando em direção à uma mesa próximo à janela.
Balancei a cabeça que sim..
- Oi, mãe. Tá. Tudo tranquilo. Em casa conversamos. Beijo, Tchau. - falei no celular enquanto nos dirigíamos à mesa. Ao sentármos, ele perguntou: - Nem parecia uma conversa com mãe. A minha pede relatórios.
- É. A minha era assim. Mas conversamos e adotamos esse método. Desde a minha adolescência. - respondi.
- Que bacana!
- O que vocês vão querer? - perguntou o garçom.
- Pizza margherita? - ele perguntou pra mim, novamente. E balancei a cabeça que sim.
- Uma pizza margherita - Rodrigo falou para o garçom.
- E para beber? - perguntou o garçom.
- Tem Coca-cola Zero? - perguntei ao Rodrigo.
- Sim, tem. - respondeu ele, já pedindo ao garçom - E duas latas de Coca Cola Zero.
- Sim, senhor. - respondeu o garçom. - Mais alguma coisa?
- Sim, uma água mineral, sem gás, por favor. Você traz agora e deixa pra trazer o refrigerante junto com a pizza.
- Ok, senhor.
- Demora quanto tempo? - perguntei ao garçom.
- Uns 40 minutos. - ele respondeu.
- Obrigada. - falei.
- Com licença. - falou o garçom e se retirou.
- Você vem sempre aqui? - reiniciei a conversa com o Rodrigo.
- Houve uma época que sim, mas ultimamente, não.
- Com sua namorada? - perguntei, como quem não quer nada.
- Era. Ela não curtia conhecer outros lugares, aí quando a gente saía, ela só queria vir aqui. E por falar nela...
- Jura? - me surpreendi. - Onde?
- Entrando agora, com a irmã e seus atuais namorados.
Estava morta de curiosidade, mas não olhei.
- É, parece que ela não mudou muito. Ainda prefere vir aqui. - falei, tentando ser engraçada. Ele sorriu educadamente. - Lá vem a água.
- Oba! Estou morrendo de sede.
- Líquido dos deuses.
O garçom que estava nos servindo riu com meu comentário.
- Obrigado. - disse o Rodrigo ao garçom. - Não há melhor! - completou ele, quando o garçom se retirou.
Olhava para o Rodrigo relembrando de tudo o que passou até estarmos sentados ali.
- O que foi? - ele perguntou?
- Você não é vidente? - brinquei.
- Até as 22 p.m. - ele retribuiu.
Ele colocou o braço por cima da mesa e, com os dedos, pediu a minha mãos. Coloquei a minha mão na dele. Senti seu polegar macio me acariciando, enquanto me encarava. Meu coração gelou. Até então, me sentia com um amigo, e agora caíra a ficha do nosso "encontro".
- Você é linda. - falou o Rodrigo, quebrando o silêncio.
- Obrigada. - respondi, timidamente.
- Por dentro e por fora - ele continuou.
- Achei que sua sessão vidente tinha acabado. - brinquei pra esconder o nervosismo.
- É que estou relembrando tudo sobre você. - ele falou.
- Você tem resposta pra tudo! - eu ri. - Você é um barato!
- É sério! Eu conheço você. - falou.
- Ah, tá. Acredito! - respondi.
- Se você não acredita, então... - ele falou, em tom misterioso.
- De onde? Eu não te conheço antes de hoje. - falei.
- Mas eu sim. Você era a garota dos meus sonhos.
Eu ri e falei sem pensar: - Só sonhando mesmo.
- Bem, desde os tempos da calça azul e camisa branca. E um tênis vermelho que você mesmo desenhara.
- Como é? - fiquei curiosíssima. Lembrei de um caderno que eu tenho, com um tênis desenhado. - De onde você me conhece?
A pizza chega.
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