quarta-feira, 5 de março de 2014

Capítulo 8 - O sonho



- Obrigada! - Eu disse ao garçom após ele me servir.
- "Com licença", disse o garçom se retirando.
- Hm, parece apetitosa. - disse Rodrigo.
- É. - respondi.
E quando ia dar a primeira garfada, fui interrompida com: "Vamos brindar?!". Pus meu garfo na mesa e peguei minha taça.
- Ao que? - perguntei.
- À nós.
- Tim-tim! - falamos juntos, tocando as taças. Tomamos um gole.
- Agora vamos comer, que estou morrendo de fome. - brincou Rodrigo. Sorri.

As horas se passaram calmamente. Conversamos tanto, que parecia que a noite não tinha fim. E nenhum dos dois queria que tivesse. Rodrigo pagou a conta e fomos para o carro. Ele abriu a porta para mim. Entrei e ele deu a volta. Quando pegou no volante, pus minha mão sobre a dele.
- Obrigada. - falei, olhando nos olhos dele. Realmente me sentia agradecia pela noite agradável que ele havia me proporcionado. A noite que eu tanto temia se transformou numa leve pena que, no final, ainda fez "cosquinha".
- Tudo tem seu preço. - respondeu.
- E qual é?
- Quero que você saia de novo comigo.
Sorri, e balbuciei "ok".
Permanecemos nos olhando nos olhos até que eu disse: "Me deixa em casa?".
Ele balançou a cabeça que sim, como quem acabara de lembrar de algo. Pra quebrar o silêncio, comecei:
- Então, me explica a história do tênis vermelho.
Ele deu uma risada gostosa.
- Você não esqueceu?!
- Claro que não!
- Ok. Eu lembro de um sonho que tive por diversas vezes. Uma garota com uma farda de colégio, com uma mochila rosa, com vários buttons. Essa garota carregava um caderno, que tinha um tênis desenhado no papelão que restara da capa, e que era pintado de caneta vermelha.
- É! A caneta vermelha tinha que acabar proporcional às outras! Mas... Espera! Como você sonhou com o meu caderno?
- Aaaahhh! Você quer saber demais! Deixo para o próximo capítulo. Acabamos de chegar no seu prédio.
- Ah, não! Você tem que me contar!
- Ah, sim! Preciso de uma certeza que te verei novamente!
- Minha palavra não te basta?
- Garantias nunca são demais!
- Ok. Mais uma vez, muito obrigada.
- Eu que agradeço.
Trocamos dois beijinhos no rosto. Quando fiz que ia sair, ele disse: "Espera!". Saiu, e abriu a porta para mim. Beijou a minha mão e ficou me olhando entrar no prédio. Entrou no carro e foi embora.
- Boa noite! - cumprimentei o porteiro.
- Boa noite, dona Amanda - respondeu. Ainda bem que o elevador estava no térreo. Não precisei esperar. Apertei o botão do meu andar e já fui procurando as chaves do apartamento. Vasculhando a bolsa, achei um cartãozinho. Curiosa, logo abri e tinha escrito: "Uma boa noite para a mais linda das princesas" Não conseguia lembrar o momento que isso tinha sido colocado ali. Me surpreendeu! Sorri. O elevador parou. Meu andar chegou.

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